Resenha - Carta de amor aos mortos de Ava Dellaira

Ficha técnica

Nome: Cartas de amor aos mortos
Autora: Ava Dellaira
Editora: Seguinte
Número de Páginas: 344
Tradutora: Alyne Azuma

Querido leitor,

Esse livro promete abalar seu emocional, pois terminei " Cartas de amor aos mortos" com a sensação de ter adquirido um conhecimento ou algo mais, não sei definir, só sentir, a história ficou impregnada em mim e posso dizer que esse livro foi tão impactante que será um dos meus favoritos e recomendarei a todos que eu conhecer/conheço. Esse é o livro de estreia da autora Ava Dellaira, que já espero ansiosa pelo próximo romance dela. 

Caso não saiba, os direitos autorais do livro foram comprados pela indústria Cinematográfica ou seja não estarei preparada emocionalmente para esse filme. E a história começa assim...

Laurel recebe da professora de Inglês a tarefa de escrever uma carta  a alguém morto, mas o que começou como uma simples carta se tornou em várias cartas destinadas a vários mortos entre eles: Kurt Cobain, Amy Winehouse, Janis Joplin,
Amelia Earhart e outros. O que se tornaria uma simples lição de casa tornou-se um diário onde Laurel fala sobre a descoberta do primeiro amor, a dor da morte de sua irmã e sobre amadurecimento.

Laurel está entrando no Ensino Médio, decidiu não ir para o mesmo colégio que seus antigos amigos para não receber olhares de pena. Sua jornada começa com problemas em conseguir amigos, mas após  algumas semanas ela começa uma amizade com Hannah e Natalie, duas meninas incomuns,audaciosas e loucas, mas que mudarão a vida de Laurel positivamente através de modos nada convencionais e juntando a esse trio  entram Tristan e Kristen um casal de namorados do terceiro ano que ajudaram na descoberta dela.
Laurel ainda tenta superar o afastamento de sua mãe, que foi morar na Califórnia por não conseguir suportar a morte da filha, então a garota intercala semana sim e semana não entre a casa de seu pai e sua tia Amy.

Quando Laurel conhece Sky percebe o quão misterioso ele é, o tipo de garoto que não parece querer um relacionamento mas quem é a gente para mandar no coração? Ela gradativamente vai se apaixonando pelo garoto quando eles começam a se aproximar e um romance começa a surgir mas como em todo relacionamento problemas começam a surgir, até que um desses é relacionado a sua irmã May...

" Às vezes, quando você cresce, começa a entender coisas que não entendia antes."

Hannah e Natalie são duas garotas divertidas, que não ligam para estereótipos, enquanto Natalie é mais reservada e rebelde contida, Hannah é uma rebelde indomável, sai com vários garotos muitos deles muito mais velho que ela, e outros que só querem brincar com ele, já que ela é uma garota extremamente bonita e atraente, mas Laurel e Natalie não gostam muito dos caras que Hannah sai, principalmente Natalie. Contudo, aos poucos o leitor vai descobrindo mais sobre a vida de Hannah, os anseios de Natalie e os problemas que ambas passam.

" Se quisermos que alguém nos conheça, precisamos nos revelar a essa pessoa."

Kristen e Tristan é um casal totalmente diferente e improvável, Kristen estuda muito para conseguir passar para Faculdade de Nova York ao passo que Tristan não sabe o que quer, não acha que conseguirá passar para uma Faculdade com suas notas, ele só pensa em Rock e em sua amada Kristen. A medida que o livro avança eu ia ficando apegada a esses dois e ficava torcendo para que não se separassem e ficassem juntos ao final do livro porque um determinado problema persegue o casal, mas isso você irá descobrir ao ler o livro :)

Finalmente, chegamos ao Skylar ou Sky, o garoto que conseguiu entregar seu coração a Laurel, ele é mais velho que ela e foi expulso do seu antigo colégio por algum motivo que ninguém sabe, aliás poucos sabem sobre a vida dele, a mãe dele é doente, o pai o abandonou e fantasmas do passado o assombram e Laurel aos poucos irá descobrir.

O livro é narrado em primeira pessoa e através de cartas, muitas dessas cartas são destinas a Kurt Cobain, os relatos da personagem são intrigantes e instigantes, Laurel aos poucos vai contando sobre o que a deixa aflita, triste, feliz, como a morte de May a afeta, afetou sua família, como sua irmã era no passado, como uma fada pra ela mas vai descobrindo coisas que não percebeu antes, que ela não era perfeita como ela pensava, conta como era sua convivência com ela e o que eu mais ansiava saber, como foi a morte de May e porque ela sente-se tão angustiada com a forma que ela morreu.

" É triste quando todo mundo sabe quem você é, mas ninguém te conhece. Imagino que você tenha se sentido assim. As pessoas veem o que querem."

O que mais me emocionou no livro é a forma que a autora fala sobre a descoberta do amor, a intensidade dos sentimentos e emoções da personagem, o processo de amadurecimento que Laurel passa, a força e poder que a amizade tem de nos transformar e nos faz ser quem queremos ser, como enfrentar os problemas e suas consequências por mais dolorosas que elas sejam e como alguém que significa(ou) tanto para gente pode nos afetar de uma maneira incompreensível.

"[...] Sei que pode ser difícil acreditar que alguém te ama, se você tem medo ou não sabe exatamente quem é. Pode ser difícil acreditar que a pessoa não vai embora."

É um romance emocionante, uma mistura de " A Culpa é das Estrelas" com " As vantagens de Ser Invisível" , eu confesso que chorei e fiquei profundamente emocionada, já fazia tempo desde ACEDE que eu não chorava tanto e amava aos mesmo tempo uma história. Ava conseguiu arrancar com facilidade minhas lágrimas, eu fiquei bastante comovida com a forma que o livro tomava, eu estava tão interligada com os relatos que não consegui largar o livro até terminar de ler, consequência de ter lido tudo em horas e não ter conseguido  escrever nada até o dia seguinte, tive um momento de reflexão durante e após a leitura. Eu acho que se encontrar a autora pessoalmente não vou conseguir expressar o quanto que gostei desse livro e acho que palavras serão pouco para isso. Então por favor, dê valor aos seus amigos, pais e aquele que se importam com você, dê valor a vida, porque as vezes transformamos  pequenos problemas em fim do mundo.

"Talvez ao contar as histórias, por pior  que sejam, não deixemos de pertencer a elas. Elas se tornam nossas. E talvez amadurecer signifique que você não precisa ser uma personagem seguindo um roteiro. É saber que você pode ser a autora."

Esse é um livro tocante, profundo e emocionante que vai te deixar sem palavras no final. Então não duvide do potencial desse livro pois fui com expectativa nenhuma e terminei com todas as emoções abaladas, sentimentos destruídos mas com o coração aos saltos e extremamente apaixonada pela história.

Beijos,