TRADUZA O LILITERÁRIO

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Resenha do livro O Vale dos Mortos

Oii, gente! 2016 está sendo um ano com leituras maravilhosas. Depois de ter assistido o 9º  Episódio da 6ª Temporada de TWD precisava urgentemente ler/ assistir algo que tivesse zumbis e resolvi ler “ O vale dos mortos” do Rodrigo de Oliveira, e quando eu pensava que essa euforia iria baixar caio na grande ilusão, estou totalmente ansiosa para ler o segundo livro pois demorei o primeiro em um dia sem nem sentir.

Ficha técnica 

Nome: O Vale dos Mortos                      
Autor: Rodrigo de Oliveira
Editora: Faro Editorial
Número de Páginas: 298


Cientistas
descobrem que um planeta vermelho denominado Absinto está em rota de colisão com a Terra, iniciando um caos entre as pessoas mas logo esse pânico é arrefecido quando ratificam a informação assegurando que o corpo celeste apenas passaria a milhões de anos-luz da Terra. E que todos ficariam bem, sem nenhuma consequência … 

Eles estavam completamente errados. Quando ⅔ da população desmaia misteriosamente e quando acordarem não serão mais os mesmos. 

Depois de ler uma sinopse dessa é impossível não querer dá uma espiada na resenha, né? Então continua lendo que saberá que esse livro promete aguçar ainda mais sua curiosidade.  

Após o misterioso surto, Ivan e sua família estavam no shopping quando tudo aconteceu, o caos se espalhou, gritos, desespero, angústia e principalmente medo, medo do inesperado. Quem iria imaginar que aquilo iria acontecer? E pior, que poucos sobreviveram a essa estranha pandemia. Ivan foi sortudo pois aparentemente sua família foi a única intacta a isso. Sua esposa Estela está tão surpresa quanto Ivan ao que estava acontecendo ao redor deles e quando percebem as pessoas acordarem o pesadelo deles começa. é dada a largada, salve-se quem puder! 
“Lentamente, pessoas das mais variadas idades, cores e classes sociais, despertaram daquele transe macabro. Mas, daquele momento em diante, tudo o que elas eram, conheciam, amaram e odiaram ao longo de suas vidas estava perdido para sempre. A partir daquele instante, seriam conhecidas por vários nomes, mas nunca mais seriam chamadas de pessoas. E realmente não eram mesmo.” 
Parece que os  zumbis não era só uma história e lenda, eles agora são reais e as pessoas estão aprendendo a lidar e sobreviver a eles. Mas quem disse que seria fácil? Ivan e Estela, tentam assegurar a segurança de seus filhos, Ana e Matheus. Mas aparentemente, eles não são os únicos que tiveram a mesma ideia ao terem o primeiro contato com aquelas pessoas alucinadas que começaram a morder as pessoas e consequentemente as matarem. 

Ao perceberem a verdadeira magnitude  do problema em que estavam, tiveram que presenciar cenas terríveis e momentos aterrorizantes para entenderem como lidar com a situação e sobreviver a ela. Quando encontram um abrigo provisório, Estela tem uma ideia de como achar um abrigo aparentemente seguro, contou seu plano ao marido e começaram a planejar como colocá-lo em prática. Ao decorrer do plano tudo estava indo bem até que Ivan encontra alguns sobreviventes e quase colocou toda a estratégia abaixo...
“ Estamos diante de uma ameça aparentemente enlouquecedora  e esquecemos que as grandes ameaças têm sido uma constante na história da humanidade. E a cada novo desafio, muitas vezes as pessoas perdem a esperança. Mas nós sempre seguimos em frente, e basta uma ou duas gerações para pormos nossa revolta e tristeza de lado e ficarmos apenas com os ensinamentos deixados pelas nossas crises.”
O ser humano é realmente persistente, percebo isso no dia-a-dia e nos livros, a humanidade pode está por um fio mas sempre haverá esperança e perseverança, e veremos essa vontade de sobreviver no livro. O autor traz uma reflexão bastante intrigante sobre a religião e ciência, gostei bastante do aparecimento dessas questões. Somos bastante controversos, ora as pessoas estavam difamando a ciência e dizendo que era o fim da humanidade ora essas mesmas pessoas estavam dizendo que era uma dádiva divina. Acreditamos em tudo que nos faz bem sem questionar. São fortes expressões como essa que iremos perceber ao decorrer da leitura. Fascinante, não? 
“Os mesmos que falaram que todos deveriam rezar para se arrepender dos seus pecados, antes do dia do juízo final,agora conclamavam as massas para orar em agradecimento pelo júbilo de podermos vivenciar em primeira mão um autêntico milagre, um sinal inequívoco da existência de Deus. Mais uma vez, estavam todos errados. Completamente errados.”
O poder que a união entre sobreviventes tem é realmente importante e fundamental para enfrentarem esse apocalipse zumbi, o grupo do Ivan vai aumentando a medida que ele tenta encontrar um abrigo fixo. Mas uma hora essa união terá um forte abalo, até porque nem todos conhecem a índole e sanidade de cada um. 
Rodrigo trouxe diversos personagens com personalidades bastante divergentes e de lugares diferentes, o que torna a história bastante real e intensa, acabei mergulhando junto com os personagens nessa odisseia. 
“Aquelas pessoas finalmente começaram a compreender. A salvação estava próximo, no outro. Se todas as balas acabassem, ainda assim teriam uma chance se fossem vários.”
Ficou impossível não comparar alguns momentos e personagens com The Walking Dead, como sou bastante fã da série, observei detalhes que diferem da série e deixa a história mais original, começa pela forma que ele descreve os zumbis, como eles aparentemente surgirão e também deixa um mistério no ar: Por que nem todo mundo sucumbiu a esse surto?. 
Essa questão me deixou/deixa bastante intrigada e não vejo a hora de descobrir o porquê. A maneira como Ivan lidou rapidamente com a situação também foi surpreendente, não precisou divagar sobre os acontecimentos. Ivan lembra muito o Rick e a Estela é uma mistura da Andrea das hqs e a Lilly Caul dos livros, não estou dizendo que o Rodrigo copiou apenas observando a influência, já que o autor também é fã de The Walking Dead. Eu gosto de ver semelhanças e coisas que lembrem algo que eu gosto e O Vale dos Mortos superou minhas expectativas e suprimiu um pouco minha ansiedade e euforia.  
“ O que você teve foi uma reação absolutamente humana, Reginaldo. E é exatamente isso o que nos diferencia dessas coisas desgraçadas; nossa capacidade de sentir piedade, de sentir culpa, mas também de proteger e nos preocupar com nossos amigos e familiares. Nunca se esqueça disso: vale muito mais a pena sermos o que somos, humanos e cheios de dúvidas e fraquezas, do que nos igualarmos a esses monstros.” 
A construção dos personagens foi bastante positiva e o destaque deles foi principalmente Estela e Ivan, ou como o chamam de “ Casal de Ferro”. Eles são absolutamente incríveis, impressionantes e sensacionais. A sintonia e química que eles possuem é delirante, nossa como surtei com esses dois. Estela é uma mulher sensual, astuta e perspicaz, é o tipo de personagem que eu amo, ela é forte e corajosa, não deixou se abater com a situação que estavam sua família ficava sempre em primeiro lugar. Eu estou realmente sem palavras para descrever a intensidade que ela passou ao decorrer do livro, foi uma veracidade descomunal. Ivan não fica pra trás, com seu poder de liderança, agilidade e sagacidade conseguiu ser um personagem bastante presente e essencial na resistência contra os zumbis. Eles foram realmente uma dupla e tanto.
“Eu nunca devia ter pensado que só porque estamos em guerra as pessoas se tornariam melhores. No meu delírio, nós todos formávamos uma grande família, que iria se proteger, se ajudar e se apoiar, para, assim, garantirmos o futuro  dos nossos filhos. Meu Deus, como fui burro! Eu devia ter imaginado  que algo assim poderia acontecer!  Estava na minha cara o tempo todo. Faz tempo que olho nos semblantes das pessoas e não vejo alegria, apenas tristeza, desânimo e dor. Este lugar é uma panela de pressão, uma bomba relógio pronta para explodir.”
Conseguir colocar ordem e planejar como sobreviver a longo prazo é uma tarefa árdua que necessita da colaboração de todos os residentes do novo abrigo. Ivan não deixou de ter o senso de justiça e piedade por aqueles que não mereciam. Mas algo terrível acontece e começa a abalar a estrutura dessa comunidade e Ivan e Estela terão que descobrir como contornar esse problema.  
“ - Eu vou correr o risco, Heraldo. Prefiro uma vida inteira lutando contra mim mesmo do que ser igual a você por um segundo que seja.- Por que, Ivan? Por que cometerá essa idiotice? Por que negar aquilo que a sua alma te implora todos os dias? Eu não entendo!- Heraldo berrava, vermelho de ódio.- Essa é a minha escolha. Ao contrário de você, eu decidi trilhar o caminho mais difícil- E, por fim, Ivan foi embora.”
Rodrigo conseguiu me prender com uma facilidade, mostrou ter uma escrita leve e acessível. Encheu o enredo com bastante suspense que me deixaram eletrizada mas também trouxe momentos emocionantes e emotivos. Mostrando que no pior do mundo a esperança e o amor conseguem prevaler, colocou um pouco de humor e reflexão. Oferece um enredo rico em detalhes e entretenimentos, com um desfecho de tirar o fôlego e impossível de não querer ler o próximo livro. 

 Não deixem de ler esse livro incrível e aproveite para conhecer o autor dia 19 de Março com o lançamento do quarto livro “ A Ilha dos Mortos” na Livraria Cultural da Cinelândia no Rio de Janeiro.  Eu com certeza irei e vocês?

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3 comentários:

  1. Olá, Thaís.

    Acredito que não seja só com você, já que comigo aconteceu o mesmo: o Rodrigo realmente consegue prender o leitor de maneira fácil.
    Outro aspecto fundamental para a obra são essas diferenças das obras já canonizadas, como TWD. Isso dá um diferencial enorme para O Vale dos Mortos e faz com que o leitor fique louco para descobrir o que virá a seguir.
    Como sempre, excelente resenha.

    Desbravador de Mundos - Participe do top comentarista de reinauguração. Serão quatro vencedores!

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  2. Oi, Marcos.
    Rodrigo tem realmente uma escrita que prende o leitor de tal forma que é impossível largar o livro até finalizá-lo. Ressaltei sobre esse diferencial porém, eu como fã de twd, vi algumas semelhanças mas não chega a superar as diferença entre essas duas histórias.
    Obrigada como sempre pelos belos comentários

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